Os trabalhos da Comissão de Reforma Curricular da Faculdade de Educação Física seguem firmes, mesmo diante dos desafios do trabalho remoto. Criada em março deste ano para formular e implementar o novo Projeto Pedagógico da FEF em consonância com as diretrizes curriculares de 2018, a comissão conta com representantes docentes, técnicos e discentes. Confira a seguir quais têm sido as discussões em pauta e as mudanças que estão por vir.

 

Luis Gustavo PradoSecom UnB

Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

De acordo com o presidente da comissão, Prof. Iran Junqueira, as primeiras reuniões no âmbito da comissão buscaram mapear e se habituar aos principais documentos que orientam a nova formação proposta, chamada Área Básica de Ingresso (ABI). Nesta modalidade, o estudante da Educação Física só definirá se seguirá no Bacharelado ou na Licenciatura após metade do curso concluída. “O aluno faz um núcleo comum de disciplinas, depois de dois anos, ou seja, 1.600 horas, ele define qual caminho quer de fato seguir”, explica.

 

Atualmente, nos cursos de Educação Física da UnB, a cada semestre, ingressam 50 alunos na Licenciatura e 50 no Bacharelado. Com a implementação da ABI, torna-se necessário decidir qual será a nova distribuição de vagas para cada formação na medida que a decisão ser dará apenas futuramente pelo aluno. “Debatemos se vamos ficar com 50% em cada ou se vamos colocar 60% numa determinada formação e 40% em outra. Já fizemos essa discussão e vamos concluí-la em breve”, adianta o presidente da comissão.

 

No âmbito da UnB, a comissão também conta com o suporte técnico da Coordenação de Projetos Pedagógicos de Cursos de Graduação (CPPC), vinculada ao Decanato de Ensino de Graduação (DEG). O professor Iran destaca que essa orientação é essencial para que o resultado dos trabalhos da comissão atenda a uma série de requisitos que devem ser aprovados futuramente na Câmara de Ensino e Graduação (CEG) e, posteriormente, no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE). “Queremos que a proposta que passará no Conselho da FEF já esteja alinhada às demandas das instâncias superiores para dar celeridade aos processos”, observa.

 

A comissão também tem se reunido com professores convidados para construir debates acerca de grandes áreas de estudo, como pedagogia, biodinâmica e saúde no âmbito da Educação Física. Além disso, discutem uma possível ressignificação do esporte no âmbito do novo projeto pedagógico, com mais corpo curricular, e o que chamam de “curricularização da extensão” — possibilitando que pelo menos 10% da carga horária total do curso seja ofertada por meio de projetos de extensão. “Hoje já temos uma boa ideia sobre o que não podemos deixar de fora do nosso projeto”, afirma o professor Iran.

 

O presidente da comissão ainda compartilhou que, nesse tempo de trabalho, também realizou algumas reuniões online com representantes de outras instituições públicas de Educação Superior, como USP, UFG, UFSCar, UNESP de Rio Claro e UFES. “Com base nas sugestões e orientações desse pessoal, levei ideias para reuniões internas nossas e algumas foram muito bem aceitas”, adianta.

 

A comissão conta com grupos de trabalho envolvidos em várias questões específicas, que podem ser conferidas na agenda de reuniões divulgada. “Pretendemos já a partir do mês de setembro começar a alinhar um pouco mais como será essa nova matriz curricular”, propõe o presidente. “Estou muito otimista em relação ao trabalho, acredito que o nível de participação dos membros está aumentando”, complementa. A expectativa é de que o trabalho seja concluído ainda neste ano.

 

Documentos e diretrizes

 

Os principais documentos norteadores dos trabalho da comissão são a Resolução CNE/CES nº 6, de 18 de dezembro de 2018, e a Resolução CNE/CES nº 2, de 20 de dezembro de 2019. A primeira institui as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação em Educação Física, e a segunda define as diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial de professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a formação inicial de professores da Educação Básica (BNC-Formação).

 

Além dessas, a comissão também se debruçou sobre a Portaria do MEC nº 2.117, de 6 de dezembro de 2019, que dispõe sobre a oferta de carga horária na modalidade de Ensino a Distância em cursos de graduação presenciais ofertados por Instituições de Educação Superior.