Por Prof.ª Dr.ª Cláudia Maria Goulart dos Santos*

 

Qualquer Centro Olímpico e Paralímpico localizado em áreas distintas ao redor do globo correspondem a um ambiente de encontro das mais diversas manifestações de movimentos corpóreos, e o Centro Olímpico, mais conhecido como “CO”, da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília, não seria diferente. A influência que este espaço, localizado às margens do Lago Paranoá, exerce sobre os milhares de alunos, professores e corpo técnico da Universidade, assim como toda a comunidade da cidade e Entorno da capital é de fundamental importância para a cultura corporal da cidade.  Alunos iniciaram suas práticas naquele espaço, assim como professores, a sua prática pedagógica.  Praticamente, há um pouco mais de 25 anos tive a oportunidade de conhecê-lo, e tem sido um privilégio, realizar cursos, ministrar aulas e, acima de tudo, conviver com o sorriso largo de cada um que cruzava por mim em seu espaço, fazendo uso de sua liberdade de escolha do exercício físico que lhe convier. Sejam lutas, atividades aquáticas, corporeidades, ginásticas, massagens, jogos individuais, coletivos, ou apenas observar o outro, os pássaros, a natureza exuberante. Chegam de ônibus, a pé, de bicicleta, skate, carona, não importa, pois o que se deseja é estar naquele espaço pulsante.

 

No dia 05 de setembro do ano de 2021, comemoram-se os seus 50 anos, meio século, apenas 11 anos a menos que a capital federal. Milhares de pessoas circularam nessas décadas, deram os seus primeiros passos como educadores ou como praticantes de alguma modalidade, algumas, infelizmente, já não estão entre nós, como é o caso do Prof. Mario Ribeiro Cantarino Filho e o Prof. William Passos Vinhas, que deixaram o seu legado naquele espaço, seja na pista de atletismo, seja no incentivo das práticas esportivas como componente curricular. Como se esquecer da Profa. Ana Maria Renne Guimarães Lapa nas Oficinas Infantis, o Prof. Osmar Riehl na organização de avaliações práticas, o Prof. José Gustavo Souza de Alvarenga, no parque aquático e o Prof. Alcir Braga Sanches na coordenação do Ensino à Distância?

 

Posso afirmar, como frequentadora há tempos, que o CO tem a sua alma pulsante, onde a cada hora do dia, tem o seu ritmo.  Nas primeiras horas da manhã, o cantar dos pássaros, segue-se a chegada dos alunos e participantes de Projetos, perto do meio-dia os praticantes da hora do almoço, final da tarde o pôr do sol às margens do Paranoá e, mesmo à noite, as pessoas vão ao seu espaço para depositar a última energia guardada para desfrutar de sua atividade preferida. As estações modificam-se, as férias vêm e vão, mas lá está ele, imponente, como se estivesse, em sua grandeza e ao mesmo tempo delicadeza, esperando de braços abertos a volta dos praticantes que estão saudosos, mas afastados, nestes momentos de distanciamento social. Sim, quando retornarmos, ele estará mais velho, mas seu espaço estará renovado, com novas estruturas, pronto para nos receber e desfrutarmos de seu espaço. Não perde sua capacidade de ser único em sua arquitetura, localização, além de ser o primeiro Centro Olímpico do Distrito Federal. A partir dele outros foram criados, difundindo a prática da atividade e exercício físico e esportivo da cidade. Neste seu aniversário, CO, te desejo os mais sinceros votos de vida longa, muito suor e comemorações, pois você merece.

 

*Claudia Goulart é professora na Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília-FEF/UnB. Tem experiência na área de Tecnologia da Educação, Psicologia do Esporte e Atividade Física, com ênfase nos aspectos motivacionais aplicados ao esporte, atividade física e escola. Atua principalmente nos seguintes temas: tecnologia da educação, estratégias de ensino-aprendizagem, motivação, estabelecimentos de objetivos e autorregulação. Atualmente cursa especialização no Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa na área de Psicossomática.