Por Prof. Dr. André Luiz Teixeira Reis*

 

A Universidade de Brasília possui um dos espaços mais amplos onde atividades comunitárias e de ensino acontecem há 50 anos. São 114 hectares destinados à prática de esportes e atividades de lazer, às margens do lago Paranoá. O Centro Olímpico é reconhecidamente patrimônio e símbolo histórico da UnB. Neste imenso espaço verde acontece, apenas para exemplificação, desde a corrida ou caminhada no cross-cerrado, o banho de sol na área da piscina, o bate-papo nos espaços verdes, a reserva de quadras e equipamentos esportivos para o lazer de pequenos grupos ou das gincanas e competições esportivas organizadas pelos Centros Acadêmicos, dentre variadas outras atividades.

 

Conforme exposto, o Centro Olímpico acompanha a história da UnB e faz parte do relato de experiências sociais e acadêmicas de estudantes por várias gerações. Além da oferta de espaço para práticas esportivas e de lazer, o CO – como é conhecido na UnB – tornou-se ambiente de socialização e confraternização de grupos de estudantes e de pessoas que diariamente convivem no seu espaço.

 

A disciplina Prática Desportiva – PD, pertencente aos currículos de graduação da UnB, transcende o que se denomina como disciplina acadêmica. Trata-se de uma atividade de socialização e interação de estudantes de diferentes cursos, que marca profundamente a vida acadêmica. Em 1973, época de sua criação, esta disciplina era obrigatória e tornou-se optativa com a redemocratização do Brasil, em 1985. Mesmo após a decretação do caráter opcional, a procura pela PD é tão intensa que o número de vagas oferecidas não atende à demanda de estudantes interessados. Tradicionalmente, a PD é uma forma oportuna de vivência da cultura esportiva, da socialização e do sentimento de pertencimento e identidade do estudante da UnB, nos espaços do Centro Olímpico.

 

Como espaço de extensão, na busca da interação entre universidade e sociedade, o CO tem projetos históricos, reconhecidos pela comunidade externa, sempre recebida de braços abertos para usufruir ações importantes. Apenas como exemplo, dentre inúmeros projetos, podemos citar: as Oficinas Esportivas de Atividades Comunitárias, oferecidas por mais de 10 anos, promoveu a participação de mais de 5.000 crianças e jovens de 6 a 14 anos, de todo o DF; o Gepafi – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Atividades Físicas para Idosos – oferecendo espaço diferenciado e salutar para que idosos mantenham qualidade de vida através de atividades esportivas e de lazer; outro importante exemplo é o Doce Desafio – Debates, Educação em Saúde e Atividades Físicas Orientadas – projeto reconhecido nacionalmente e internacionalmente, auxilia o resgate da autoestima e saúde para diabéticos. Além da oferta de atividades sistematizadas e orientadas para grupos específicos, os projetos mencionados, entre muitos outros, alavancam a pesquisa no âmbito da FEF, reforçando a produção acadêmica e a pós-graduação na FEF.

 

O CO é administrado pela FEF – Faculdade de Educação Física, porém possui histórica parceria principalmente com o Decanato de Assuntos Comunitários, nas políticas de Esporte e Lazer Comunitário. As equipes esportivas da UnB, compostas por estudantes-atletas que representam nossa universidade em competições esportivas, treinam no parque esportivo do CO e tem conseguido posições importantes no ranking do desporto universitário nacional. Importante também ressaltar o tradicional JIUnBs – Jogos Internos da Universidade de Brasília que, por longos anos, reúne os CAs em amistosas e saudáveis competições esportivas. Além destes grupos, desde a sua criação, as instalações do CO também são utilizadas por mestres de várias artes marciais, técnicos de modalidades de ginástica e outros esportes que, através de aprovação de projetos pela coordenação de extensão e conselho da FEF, têm oportunidade de oferecer atividades comunitárias na perspectiva da promoção da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida. Assim, historicamente estão neste menu, por décadas, capoeira, karatê, yoga, jiu-jitsu, taekwondo, boxe, dança de salão, entre muitas outras manifestações esportivas.

 

Digno de nota, nossa magnífica reitora, Márcia Abrahão Moura, ex-estudante do departamento de geologia da UnB, foi atleta de equipe de voleibol da UnB, usufruindo dos espaços do CO. Não somente por este motivo, mas pela importância institucional do CO, como estrutura de oferta de serviços para toda a UnB, a atual gestão superior a partir de seus decanatos e da PRC – Prefeitura Comunitária, análogo a outros áreas da UnB, deu reconhecimento ao Centro Olímpico como espaço de “uso comum”. Este entendimento ganhou esforço institucional coletivo para dotá-lo de condições para cumprir seus objetivos comunitários.

 

Finalizando esta pequena exposição, o Centro Olímpico da UnB receberá um presente pelo jubileu de ouro – 50 anos. Com a união de esforços entre a FEF, a atual gestão superior da UnB e o Ministério da Cidadania (antigo Ministério do Esporte), a reforma e modernização de 2 (duas) pistas de atletismo, um sonho esperado por anos, deve ser concretizada até o final do ano de 2021. Assim, o CO – UnB, terá um dos mais modernos equipamentos esportivos, de qualidade internacional, para usufruto de nossa comunidade.

 

Parabéns e vida longa ao Centro Olímpico da UnB!

 

*Formado em Educação Física pela Universidade de Brasília, possui mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília e doutorado em exercício e ciências da saúde, pela University of Bristol, Inglaterra, e pós-doutorado pelo departamento de antropologia da University of Calgary, Canadá. É professor da Universidade de Brasília, na área de metodologia de ensino de esportes coletivos e da prática de ensino. Atuou como Chefe do Centro Olímpico, como Vice-diretor da Faculdade de Educação Física e como Coordenador de Esporte e Lazer da Diretoria de Esporte e Lazer do Decanato de Assuntos Comunitários da UnB. Foi diretor do Departamento de Educação da Confederação Brasileira de Desporto Universitário. Sua área de pesquisa está relacionada à Saúde e Qualidade de Vida, na perspectiva do bem-estar. Atua em projetos de extensão universitária da UnB, na promoção da prática esportiva para a alunos e comunidade em geral. Coordenou projetos de saúde e qualidade de vida para os servidores técnico-administrativos e docentes, e terceirizados da UnB, oferecendo atividades físicas na perspectiva da Saúde (Programa Viva Bem UnB). Também é pesquisador e praticante de Capoeira (Arte e Luta Brasileira), tendo 3 livros publicados.