O complexo de esportes foi criado antes mesmo da Faculdade de Educação Física e hoje também é aberto à comunidade externa

 

Por Millena Gomes de Assis*/Comunica FEF

 

Patrimônio histórico da Universidade de Brasília (UnB) e considerado por muitos um dos lugares mais bonitos da Universidade, o Centro Olímpico (CO) completa 50 anos neste domingo (05/10). Estendido por uma área de 114 hectares e construído antes mesmo da Faculdade de Educação Física (FEF) ser criada, o CO oferece a alunos, servidores e comunidade externa espaço para diversas práticas e lazer. Em comemoração aos seus 50 anos, a equipe do Comunica FEF resgatou parte dessa história por meio de memórias da nossa comunidade.

 

Centro de memória

Emblema do Centro Olímpico é uma das provas documentais resgatadas pelo Centro de Memória da FEF. Arte: Ana Rita Grilo/Secom UnB

 

Inaugurado em 1971, com os Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), a construção do CO já estava prevista no plano orientador da UnB, quando a ideia da própria Universidade ainda constava no papel. Inicialmente chamado de estádio, o objetivo do Centro Olímpico era ser um espaço físico onde os alunos de todos os cursos da Universidade pudessem realizar a disciplina de Práticas Desportivas, à época obrigatória para todos os estudantes de graduação, além de possibilitar um ambiente de recreação e lazer.

 

Para a professora Ingrid Wiggers, pesquisadora e coordenadora do Centro de Memória da FEF, o Centro Olímpico “representa um projeto avançado que, além de oportunizar espaço, equipamentos e profissionais para promover a formação integral de estudantes de nível superior, também assumiu o papel de formador de professores de Educação Física, pois junto a ele foi construída a própria FEF.” A criação do complexo de esportes, segundo a docente, proporcionou a abertura de concursos para professores da área, pois era necessário atender à demanda da grade curricular da disciplina de Práticas Desportivas. A partir disso, surge então mais um curso na UnB, o curso de Educação Física.

 

Esse, porém, não é o único papel do CO. Além de oferecer desporto e lazer à comunidade acadêmica, a unidade também atende às necessidades de pesquisa e extensão da FEF, de clubes e associações atléticas, e da comunidade externa. “Nós temos vários projetos voltados a segmentos especiais da sociedade, como terceira idade, pessoas com Parkinson, gestantes e pessoas que superaram o câncer. São programas de atividade física com o objetivo de promoção da saúde dessa população”, pontua o atual diretor da FEF, professor Fernando Mascarenhas. “Isso faz do CO um espaço de oferta muito diversificado dentro da prática de atividade física, um espaço para a comunidade”, completa.

 

CO1 Beatriz FerrazSecom UnB

Entrada do Centro Olímpico. Foto: Beatriz Ferraz/Secom UnB

 

Um dos projetos da gestão de Mascarenhas, em conjunto com o atual chefe do Centro Olímpico, professor Alexandre Jackson, foi a criação do UnB Esportes. A proposta, desenvolvida em parceria com a Fundação de Apoio para Pesquisa, Ensino, Extensão e Desenvolvimento Institucional (Finatec), estava prevista para entrar em ação em 2020, mas foi suspensa temporariamente devido à pandemia de Covid-19. “Alguns espaços do CO geram alto custo de manutenção, como o Parque Aquático e a sala de musculação. Então buscamos construir um projeto que extrapolasse os muros da universidade, para aproveitar esses espaços e também ofertar prática esportiva à comunidade externa”, explica o diretor. A iniciativa funcionará no mesmo modelo do UnB Idiomas, com oferta de oficinas esportivas, abertas e sequenciais, contribuindo para a saúde e qualidade de vida dos participantes.

 

CO 50 anos TBT

Estudantes durante aula de Fundamentos de Desenvolvimento e Aprendizagem aplicados à EdF Infantil. Foto: Arquivo pessoal/Alexandre de Souza

 

Para os estudantes, o CO também é símbolo de lazer mesmo em meio a atividades disciplinares. O aluno da FEF Alexandre de Souza, atualmente no sétimo semestre, conta que uma vez chegou a construir um carrinho de rolimã durante uma aula. “Não lembro bem quando aconteceu, era um semestre como qualquer outro e a professora Alice Medina, da disciplina de Fundamentos de Desenvolvimento e Aprendizagem aplicados à Educação Física Infantil, passou uma atividade. Como era uma disciplina sobre educação de crianças, tivemos que ir lá no fundo da memória para buscar brincadeiras da nossa infância. Depois de pensar em pé de lata, biboquê de garrafa pet e por aí vai, decidimos construir um carrinho de rolimã”, lembra o estudante. O brinquedo foi construído no lado externo do ginásio e, segundo Alexandre, toda a turma participou e colaborou com os materiais para confecção do carrinho. “No dia da apresentação, todos foram para as quadras de futsal ao lado das piscinas e, um a um, cada aluno deu sua voltinha de honra na máquina construída pelos engenheiros da FEF. De repente, tínhamos 8 anos de novo”, recorda o estudante com carinho.

 

*Bolsista do projeto de extensão Comunica FEF