A pandemia de Covid-19 exigiu adaptações nas rotinas de todo mundo, mas um consenso se manteve: o cuidado com mente e corpo não pode parar. Na Faculdade de Educação Física da UnB, a disciplina Prática Desportiva busca, a cada semestre, estimular alunos a cultivarem o hábito das atividades físicas em dia. Por isso, mesmo diante dos desafios impostos pelo distanciamento social, a disciplina se reinventou para seguir com turmas abertas à comunidade acadêmica, dessa vez, de maneira remota.

 

 Aula PD remota

Estudantes participam de aula remota da disciplina Prática Desportiva - Imagem: Guido Dantas

 

O Coordenador de Prática Desportiva, Prof. Dr. André Luiz Teixeira Reis, lembra que no começo da pandemia todas as unidades acadêmicas solicitaram que seus professores avaliassem a possibilidade de oferta das disciplinas remotamente. Segundo ele, porém, a coordenação de PD tinha um desafio ainda maior: “Como oferecer uma disciplina essencialmente prática no modelo remoto?”. Inicialmente, foi realizado um levantamento junto aos docentes que tradicionalmente oferecem modalidades físicas e esportivas por meio da PD e, como era de se esperar, aquelas voltadas ao esporte coletivo (futsal, voleibol, basquetebol etc) tiveram que ficar de fora. Mesmo assim, com algumas adaptações, outras atividades puderam ser ofertadas. “Já estamos no segundo semestre de oferta de modalidades remotas e a proposta tem sido um sucesso”, diz.

 

Atualmente, a FEF oferece quatro turmas de PD, nas modalidades Alongamento, Caminhada, Corrida e Ginástica Funcional. Os alunos são alocados em grupos de 12 a 15 estudantes de acordo com suas prioridades para a prática desejada. Cada grupo é orientado por um estagiário em docência, devidamente capacitado e supervisionado, que realiza planejamento individual de treinamento, além de acompanhamento e avaliação contínua dos alunos. 

 

As aulas são ministradas em plataformas online variadas, inclusive fazendo uso de redes sociais como Instagram, WhatsApp e YouTube. A plataforma Aprender também é utilizada para organizar a disciplina, publicar conteúdos teóricos, divulgar atividades e fazer controle de frequência dos estudantes. A maioria delas é disponibilizada para acompanhamento assíncrono, assim os alunos têm maior liberdade para adaptar as demandas da disciplina a sua rotina.

 

O ex-aluno da FEF Guido Dantas, que auxiliou no processo de adaptação da disciplina para o modelo remoto e segue como um colaborador do Prof. André Reis, acredita que a utilização de plataformas tecnológicas seguirá sendo uma tendência mesmo com a retomada presencial das atividades. Ele alerta, contudo, que o uso dessas plataformas deve ser consciente e engajado para que se cumpra seu objetivo. “Na mesma medida que a modalidade presencial requer do professor uma didática estimulante e eficiente, esse esforço deve ser aplicado no modelo remoto, ou até mais”, opina. Ele ainda observa que flexibilidade e capacidade de reinvenção precisam fazer parte da formação de profissionais de Educação Física, pois fora da universidade essas habilidades também serão cobradas.